sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Tipografia e Ilustração
No século XX, com a Bauhaus e outros movimentos de vanguarda, a tipografia passa a ser trabalhada em cima de elementos da linguagem visual universal (como o quadrado, o circulo e o triângulo) e se transforma em um campo propício muito mais à experimentações formais do que à uma busca pela tipografia “perfeita”. Passam a se estudar as relações mais abstratas das letras ao invés das já convencionadas.
Há uma forte tendência entre os designers pós-modernos de experimentarem cada vez mais nos campos da diagramação e da tipografia, dando cada vez mais ênfase ao caráter expressivo e artístico do texto. Estes designers “em vez de cultivarem, como faziam os modernistas, o valor maior legibilidade e inteligibilidade da ordem simbólica, eles/elas procuram ao invés dar vazão às mais diversas fantasias de seus imaginários pessoais, reintroduzindo, como na época inicial do modernismo (do art nouveau, do futurismo, do dadaísmo e do expressionismo) o sujeito idiosincrático, com seus desejos, suas preferências e sua cultura específicos, no campo da criação e da expressão tipográfica.” (Flávio Vinícius Cauduro, 2002)
Há publicações onde a tipografia interage com a ilustração de modo a diminuir a separação que existe entre as duas. Essa interação pode ocorrer através da formação de imagens pelo próprio desenho e/ou diagramação das letras ou pela formação de palavras através de detalhes da ilustração. No primeiro caso, a interação ocorre quando a tipografia adapta suas características estruturais – aumentando ou diminuindo sua altura, largura ou espacejamento, por exemplo – para melhor se moldar à ilustração que a acompanha. Já no segundo caso, detalhes da ilustração são explorados para sugerir uma tipografia ou diagramação diferente. Na realidade, essas duas situações muitas vezes aparecem unidas, pois a tipografia e a ilustração acabam se influenciando mutuamente.
Em alguns exemplos também, a diagramação original da página é desobedecida e os espaços destinados à ilustração e ao texto se misturam, havendo assim ocasiões onde a ilustração se sobrepõe ao texto e vice-versa.
É comum também a presença de fontes manuscritas, que traz o desenho manual diretamente para o universo da tipografia. Por essa característica, aliada as diversas brincadeiras que podem ser feitas pela interação da tipografia e diagramação com a ilustração, é possível concluir que ela contribui para tornar a leitura do texto lúdica e divertida.
(Fonte: PGD Talita Hoffmann)
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